Filho de imigrantes Sírios, Luiz Aziz Neto, de 32 anos, cresceu vendo o trabalho  do pai em uma tecelagem especializada em tecidos para a moda masculina. Apesar  de ter se formado em marketing, para ele foi inevitável se envolver com os  negócios da família, o que o motivou, após três anos trabalhando com a revenda  de tecidos para alfaiates, a empreender para manter viva a cultura da  alfaitaria, que perdeu força com o tempo, mas que ele cresceu aprendendo a  valorizar.
Desde 2006 à frente da Alfaiataria Persona – antes chamada de  alfaiataria Paramount, por causa de uma parceria com a conceituada indústria  têxtil que leva o mesmo nome – Neto conseguiu transformar um trabalho artesanal  em uma empresa robusta, com faturamento médio de R$ 300 mil mensais e potencial  para expandir. “Sempre gostei de roupa bonita e bem acabada e acabei me  encantando pelo ramo”, explica.
O serviço que se transformou em produto  do mercado de luxo, é hoje procurado por homens com idade média de 35 anos e que  trabalham em áreas que exigem o uso diário de costume (paletó e calça social),  como advogados, investidores, médicos e políticos. “Há marcas muito conceituadas  no mercado que já fazem esse tipo de trabalho, mas cobram preços exorbitantes. O  meu objetivo é oferecer um preço mais justo para um artigo de luxo”,  diz.
Neto coordena o trabalho dos alfaiates e também atua como uma  espécie de consultor, prestando serviços de consultoria empresarias para  instruir os profissionais de uma empresa sobre o que pode ou não ser usado na  corporação. Recentemente, lançou também o atendimento a domicílio, serviço que  leva os profissionais da loja até o cliente, além de trabalhar também com peças  semiprontas com custo menor do que as feitas sob medida. 
O custo de um conjunto com costume e camisa é de  cerca de R$ 3 mil. “O homem de hoje está mais vaidoso e se preocupa mais com a  aparência, o que o faz procurar naturalmente algo mais sofisticado. Quem tem  condições de usufruir do serviço de uma alfaiataria, acaba investindo nisso”,  afirma.
Até 2015, Neto pretende abrir também uma loja em Brasília, devido  ao alto potencial de mercado da capital federal. Depois, quer ir ainda mais  longe e abrir mais duas unidades no exterior. “Há países com falta desse tipo de  mão de obra especializada”, afirma. 
E por falar em mão de obra, é  justamente esse o grande gargalo da empresa. “O mercado é restrito e os  profissionais da área estão em extinção”, afirma. Para garantir que não  funcionários no futuro,  ele já investe na formação de novos alfaiates, que  aprendem acompanhando o trabalho dos profissionais que hoje trabalham na  alfaiataria. Isso porque o tempo de formação para o ofício é longo e chega a  cinco anos. “O alfaiate começa a ficar muito bom geralmente quando está mais  velho”, explica.
fonte:
 O Estadão